FINALIDADE
ÚLTIMA DA FILOSOFIA
Em sua
origem histórica, a relação da filosofia com a felicidade era fundamental, pois
a vida boa seria a finalidade última
da investigação filosófica. Para que vocês entendam bem o que nós professores
de filosofia queremos dizer com “finalidade última” de uma ação, observe a
seguinte sequência de perguntas:
· * Filosofar pra quê?
Para
pensar melhor sobre tudo: os fatos, as pessoas, a vida.
· * Pensar melhor sobre tudo o quê?
Para
encontrar soluções aos problemas da existência – a minha e a de outras pessoas.
· * Encontrar essas soluções serve para quê?
Para ter
menos problemas, ficar mais tranquilo e viver melhor.
· * Viver melhor para quê?
Para me
sentir bem, em paz comigo mesmo e com o mundo.
· * Sentir-se assim para quê?
Para ser
feliz.
· * Ser feliz para quê?
Não sei.
Talvez para deixar as pessoas que me cercam felizes também.
· * Deixá-las felizes para quê?
Para que
eu fique feliz com a felicidade delas.
Vemos
que, no final, as respostas começam a ser circulares. Voltam sempre ao mesmo
ponto, ou seja, à ideia desse sentimento de bem-estar, de satisfação consigo
mesmo e com a vida, ligada também à sensação de plenitude, de já ter tudo e não
precisar de mais nada. Essa é uma boa descrição da felicidade.
Portanto,
finalidade última é aquela que está por detrás de todas as finalidades mais
imediatas e conscientes de uma ação. Geralmente inconsciente, ela é o motivo
fundamental de uma conduta.
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